Sátrapa 2024-03-24T18:36:45+00:00
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SÁTRAPA

Sátrapa surge no final de 2013, como um alter-ego que resulta de uma conjugação de factores envolvendo um inverno particularmente rigoroso e uma crise existencial pessoal ligada a uma crise social global. Nessa altura, ocorre um fenómeno raro, tanto físico quanto metafísico, semelhante a uma colisão de átomos, com a libertação de uma quantidade significativa de energia que gera uma febre de expressão artística, num processo que o próprio apelida de arteterapia.
No meio desse seu fervor criativo, Sátrapa decide em 2014 fundar a Factoría de Androides, um espaço onde os robôs começam a surgir espontaneamente, autocriando-se, sem o apoio concreto de um artista.
O que começa por ser um exercício terapêutico de alienação, ficção e fantasia, rapidamente evolui para algo maior, sem controlo, quando os andróides criados por Sátrapa acabam por se apropriar das suas vidas ficcionais e se tornam responsáveis ​​pelas suas próprias acções.

Para quem desconhece o processo criativo deste auto-didacta extraordinário, torna-se difícil acreditar que todas as suas obras são resultado de acções apenas movidas pela intuição, não existindo nelas nada de esboçado ou pré-concebido. São criações do momento, por impulso, e só posteriormente trabalhadas e acabadas com um engenho rigoroso, próprio de um mestre.

Se as primeiras experiências pictóricas, ainda que algo ingénuas, já revelavam uma preocupação com a denúncia das mutações brutais que a sociedade tem vido a sofrer no últimos anos, é nos seus trabalhos mais recentes, de pintura, em acrílico sobre madeira, de maior escala, que essas formas retrato adquirem uma profundidade de carácter e uma densidade psicológica verdadeiramente impressionantes. Seres híbridos, algo andróginos, com rostos e corpos pouco convencionais, em mutação constante por força das circunstâncias a que são votados no quotidiano desolador das suas vidas.

Em Abril de 2018, a Cruzes Canhoto exibiu uma retrospectiva das obras do artista na exposição “Factoría de Androides”, onde se podiam apreciar não só as célebres esculturas robóticas como também as pinturas que lhes estiveram na base. O sucesso foi tal, que houve necessidade de organizar uma segunda parte dessa mostra, ainda nesse ano: “Factoría de Androides II: Marte Contra-Ataca”.

Em Setembro de 2019, ainda na Cruzes Canhoto, é apresentada a exposição “Mutantes”, exclusivamente com obras de pintura.

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