Entre teorias de que os Dogon surgiram no Império do Mali, no oriente Africano, ou até no antigo Egipto, a única certeza é de que se instalaram na Falésia de Bandiagara, durante os séculos XV e XVI, quando foram alvo de investidas Islâmicas que os pretendiam converter ou, em último caso, escravizar. Foi na encosta destas escarpas de arenito, cujos 500 metros de altura servem de protecção natural, que se estendem paralelamente ao Rio Niger, que os Dogon encontraram terras férteis e defensáveis, onde puderam permanecer escondidos das ameaças externas. Devido a este isolamento, a cultura Dogon manteve-se uma das mais autênticas em todo o continente Africano e as suas tradições rituais permaneceram quase intactas.
Os Dogon acreditam que após a morte de um indivíduo ele se transforma numa serpente antes de atingir a sua forma espiritual, a que apelidam de nyama, a alma e força vital. A cada 60 anos, é realizado o ritual Sigi para comemorar a transformação do primeiro antepassado Dogon, cujo espírito é mantido na máscara Wara, também conhecida como “Mãe das Máscaras”. Após a morte de alguém que tenha participado nos rituais Sigi, é realizada uma cerimónia, chamada Dama, que tem o objectivo de guiar a nyama do falecido até ao plano espiritual.