Porfírio Mendes

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Porfirio Mendes (n. 1967) é um operário da construção civil, tornado artista por acidente.
Nos períodos de pausa entre os trabalhos ocasionais, foi dedicando o seu tempo a construir a casa onde mora, na localidade de Palme (Barcelos). Concluída a empreitada, deu seguimento às suas competências diversas construindo pequenos moinhos em pedra com sistemas mecânicos complexos que funcionavam como os verdadeiros. Depois de ter cativado a atenção dos vizinhos, rapidamente chegou a um público mais alargado, o que lhe permitiu ver nessa actividade uma segunda fonte de receita. Passou, assim, a aproveitar todo o tempo livre para a criação das mais diversas esculturas, reproduzindo em escala reduzida edifícios como igrejas, azenhas ou espigueiros, para além dos referidos moinhos. Da mesma forma, ia construindo objectos funcionais em ferro forjado, como mesas, cadeiras ou cata-ventos.

Entre 2001 e 2003, foi vendendo a quem passava pela sua casa esse tipo de construções. Mais tarde, com o esmorecer do negócio, começou a fazer figuras de Galos de Barcelos de cortiça, tudo a partir de rolhas de garrafas, que rapidamente se vendiam nas feiras temáticas da região e na loja da Associação de Artesãos de Barcelos. Daí até à construção de outros bonecos, sempre usando as rolhas de cortiça como matéria prima, foi um curto passo.
Criou dessa forma um imaginário singular, com uma identidade bem marcada, de expressão naïf, constituído por figuras representativas do meio rural ou do domínio do fantástico, muito populares na região minhota. Galos, diabos, bruxas, santos, músicos, caçadores, ferreiros, lenhadores, entre muitas figuras, passaram então a fazer parte do seu espólio criativo.

Ver entrevista com Porfírio Mendes no website
De Ana a Zé – Arte Popular Portuguesa

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