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ZMB
ZMB (Rui Lourenço) é um artista autodidacta nascido no Porto em 1973.
Formou-se em Engenharia Electrónica e Telecomunicações, na Universidade de Aveiro, reprimindo na altura o apelo que sempre sentiu pelas artes plásticas. Ironicamente, foram as vivências boémias e libertárias do meio académico que o conduziram de novo ao gosto pela arte, ao terem despertado nele uma nova pessoa, bem diferente do ser introvertido e recatado que sempre viu em si.
A estranheza dessa descoberta, associada a uma crescente inadaptação às exigências dos modelos de sucesso da sociedade, desencadearam a construção de uma espécie de alter ego que ele apelidou de Zombie (mais tarde abreviado para ZMB).
Em 1995, ainda durante a frequência universitária, começou a desenhar com mais frequência, um pouco como terapia para a desorganização mental por que passou nessa fase da sua vida mas também para compensar a frustração pela escolha de um curso que não o satisfazia.
Em 1997, a pressão dos resultados escolares e o caos em que vivia levaram-no a uma tentativa de suicídio. Recuperou dessa fase menos boa, mergulhando de novo nos estudos e concentrando-se na conclusão da licenciatura. Nunca deixou, porém, de criar. Nos tempos livres, pintava como distracção e escreveu o seu primeiro livro sob o pseudónimo de Claudio Mur.
Concluídos os estudos, estagiou numa empresa da República da Irlanda, regressando a Portugal quinze meses depois com a intenção de se dedicar à arte multimédia. No entanto, nada correu como desejava, tendo entrado num processo de alienação que o levou a ser hospitalizado, em 2000, no Hospital Conde Ferreira no Porto, onde foi diagnosticado com esquizofrenia paranóide. Foi o primeiro de quatro internamentos num período de oito anos.
Com cultos e gostos profundamente desajustados da corrente de gosto dominante, acabou por se fechar sobre si próprio, passando a frequentar alguns ateliers de arterapia e a expor em locais alternativos da cidade do Porto, como o Espaço T, a Casa da Horta e A Cadeira de Van Gogh. Paralelamente à actividade de pintura, dedicou-se à escrita de livros e à composição musical, tudo envolvido num processo não-consciente de expressão surrealista. Devido à ausência de oportunidades válidas de trabalho, reformou-se por invalidez e decidiu dedicar-se à pintura a tempo inteiro, a partir de 2014.
Dois anos depois passou a integrar o círculo de artistas da Cruzes Canhoto, onde expôs regularmente integrado em colectivas temáticas.
Em Maio de 2019, realizou a sua primeira exposição a solo na Cruzes Canhoto, resultado de um desafio que a galeria lhe colocou no ano anterior: recriar obras clássicas relacionadas com o seu gosto estilístico e o seu universo mental. Os 10 quadros que compunham a exposição “D’Après” eram por isso revisitações de outras tantas obras da pintura modernista da viragem do séc. XIX para o séc. XX, segundo a impressão pessoal do artista.
Mais do que o expressionismo formal, de exacerbado cromatismo, com camadas espessas de tinta e distorção figurativa, características já conhecidas em ZMB, o que surpreendeu no resultado final foi a integração nos quadros originais de elementos do seu quotidiano caseiro e de personagens da sua história de vida.
Todas as obras expostas no espaço da Cruzes Canhoto estão agora disponíveis para aquisição online.
Para o fazer, entre em contacto directo com a galeria.
Outras peças de ZMB podem ser vistas nas páginas:
Exposição “D’Après”
Exposição “Desvios e Extravios”
Exposição “Desvios e Extravios 2”