Sátrapa

Sátrapa surge no final de 2013 como um alter-ego de expressão artística. Começa por ser um exercício terapêutico de alienação, ficção e fantasia, mas rapidamente evolui para algo maior, até um nível de criação invulgar, tanto a nível de pintura como de escultura.
Para quem desconhece o processo criativo de Sátrapa, torna-se difícil acreditar que todas as suas obras são resultado de acções movidas pela intuição, não existindo nelas nada de esboçado ou pré-concebido. São criações do momento, por impulso, e só posteriormente trabalhadas e acabadas com um engenho rigoroso, próprio de um mestre.

Se as primeiras experiências pictóricas, ainda que algo ingénuas, já revelavam uma preocupação com o registo denúncia das mutações brutais que a sociedade tem vido a sofrer no últimos anos, é nos seus trabalhos mais recentes, em acrílico sobre madeira, de maior escala, que essas formas retrato adquirem uma profundidade de carácter e uma densidade psicológica verdadeiramente impressionantes. São seres híbridos, com rostos e corpos pouco convencionais, algo andróginos e em mutação constante por força das circunstâncias a que são votados no quotidiano desolador das suas vidas.