PT | EN
CALENDAS
Idalécio
Idalécio é um artista outsider, auto-didacta, nascido em 1952, numa aldeia do interior do distrito de Aveiro. Órfão de pai, cresceu na casa rural de um tio, onde se fez homem e metalúrgico. Foi aí que, anos mais tarde, começou secretamente a pintar e a esculpir de forma espontânea e intuitiva, sem pretensões artísticas nem interesse em revelar o acervo que foi acumulando ao longo da vida.
Em Abril de 2016, após vários meses de contactos, foi inaugurada a exposição “D’Idalécio… Todos Temos um Pouco” na galeria Cruzes Canhoto, no Porto, mostrando-se pela primeira vez ao público as esculturas e as pinturas deste artista invulgar. Apesar do enorme sucesso da exposição, Idalécio preferiu manter-se no anonimato e continuar na fábrica de metalurgia onde sempre trabalhou, criando apenas nos tempos livres. Só em Setembro de 2017, aquando da sua segunda mostra na Cruzes Canhoto, “Metalúrgico Sexagenário”, ele aceitou revelar-se ao público e à imprensa.
Em Janeiro de 2020, apresentou na galeria Cruzes Canhoto a sua terceira exposição, “Santos, Diabos e Outras Bestas”, onde foi perceptível uma maior coesão de estilos, formas e temas, resultado de um processo evolutivo bem sucedido na direcção de uma linguagem própria absolutamente singular.
Artista pop e populista, surreal e tropicalista, Idalécio inspira-se fortemente na arte popular portuguesa, de que é apreciável conhecedor, sendo um habitual frequentador das festas, romarias e feiras de artesanato que se realizam por todo o país. Ali, recupera alguns dos elementos e motivos do imaginário rural, em que o sagrado e o profano seguem quase sempre a par, para desferir duras e sarcásticas críticas aos poderes instituídos, em especial aos herdados da cultura judaico-cristã.
Em 2025, Idalécio regressa à Cruzes Canhoto com “Calendas”, uma exposição onde se podem apreciar cinco dezenas de esculturas que o artista criou no período pós-pandemia e 31 pinturas realizadas no verso de antigos calendários da fábrica de metalurgia onde trabalhou a maior parte da sua vida. Em ambos os casos, é patente a vertente mais intuitiva e primitiva do artista. Os calendários foram usados para limpar os pincéis das pinturas mais sérias, mas acabaram por servir como receptáculo de ideias e experimentações em estado bruto. No caso das esculturas, o artista usou apenas como ferramentas um machado, uma serra de lenhador, um martelo e tinta spray, o que lhes confere um aspecto cru e rudimentar, mas ao mesmo tempo inocente e pitoresco.
Nas Calendas, situamo-nos no contexto da história universal de tudo o que foi criado, ao mesmo tempo que algo de novo, misterioso se anuncia. Que ainda terá para nos revelar no futuro este criador visionário de 73 anos?
Título:
CALENDAS
Idalécio
Data:
15 Novembro 2025 > 15 Março 2026 + Uns Dias
Local:
Galeria Cruzes Canhoto, Rua Miguel Bombarda, 452, Porto
Curadoria:
Cruzes Canhoto
Textos:
Tiago Coen / Cruzes Canhoto
Fotografias:
Nuno Marques / Pedro Soares / Cruzes Canhoto
Design:
Pedro Soares / Cruzes Canhoto
Todas as obras expostas no espaço da Cruzes Canhoto estão agora disponíveis para aquisição online.
Para o fazer, entre em contacto directo com a galeria.
PINTURAS
ESCULTURAS
Outras peças de Idalécio podem ser vistas nestas páginas:
Página do artista
Exposição “D’Idalécio, Todos Temos Um Pouco”
Exposição “Idalécio: Metalúrgico Sexagenário”
Exposição “Santos, Diabos e Outras Bestas”
Exposição “Vade Retro”





































































![Pasmado Azul, Idalécio, 2024-03, Águeda, madeira, tintas, objectos diversos, 28x32x12cm – Ref CCID25E-001 [COLECÇÃO CRUZES CANHOTO]](https://cruzescanhoto.com/wp-content/uploads/2025/11/CCID25E-001-200x200.jpg)


























